sábado, 4 de fevereiro de 2012


Logo depois, de uma hora pra outra todos estavam olhando na minha direção. Olhei pra trás pra ver se era algo atrás de mim e nada. Olhei pra eles de volta e fiz aquele gesto tipo “é comigo?” e todo mundo balançou a cabeça dizendo que sim. Naquela hora me dei conta de que tinha abaixado a guarda e todo mundo tinha percebido o quão “abalada” eu fiquei só de ouvir aquele nome. E eu tinha ficado mesmo. Como nunca antes. A saudade naquela semana tinha batido de uma forma tão forte que não consegui simplesmente fingir não estar nem aí. E eu sabia o que todos pensavam “Como pode? Depois de tanto tempo? Não muda o disco? Bola pra frente! Ta que nem museu?” e era por esse motivo que tinha escondido, ou pelo menos, tentado esconder o que eu continuava sentindo, por tanto tempo. Foi inevitável ouvir que ele tinha terminado com ela e não lembrar de nós. Sabe esperança? Esperança é uma merda. Tudo veio à tona. Até as traições eu esqueci. Tudo. Só pensava em quantas vezes me disseram que ele tinha dito que me amava, mesmo estando com ela! E eu me questionava se isso era mesmo verdade. Depois nem importava mais. O que importava era que ele tinha dito. Que tinha pronunciado “Eu nunca esqueci dela. Apesar de tudo, ainda a amo”. Sorri envergonhada pra o resto do pessoal que continuava me olhando e com a cara mais sínica do mundo, rezando pra todo mundo cair na minha atuação, falei
- O que foi? Porque ta todo mundo olhando pra mim assim?
Ninguém respondeu, só continuavam me olhando.
É, ninguém tinha caído na minha e eu tava mais nervosa que antes.
- Ok ok, da pra parar de me olhar por favor?
- Sabemos porque você ta assim, não precisa explicar nada. Entendemos.
A vontade de chorar me inundou, os olhos até chegaram a se encher, mas fui forte. Sorri e continuei calada. Só não esperava pelo que me esperava... De repente, um deles me olha nos olhos e pergunta:
- E se ele pedir pra voltar?
Não respondi. Não podia. O que eu ia dizer? “ah, eu volto” “não, nunca que eu volto, de forma alguma”. Nenhuma dessas respostas eram verdadeiras. Nenhuma delas traduziam o que eu sentia. Mesmo porque, nem eu sabia.
Sabe quando tudo que você viveu com alguém passa na sua mente como um filme? Pois é. Todos os beijos, todos os abraços, as brincadeiras, as brigas, os amassos, os filmes, os cinemas, a saudade, os planos. E tudo que eu queria era ter ele, pra mim, comigo. Independente de tudo que poderia achar ou “desaschar”. Não me importava a opinião dos outros. A minha era importante. E apesar de querer ter ele mais do que eu queria qualquer coisa, sabia que não poderia. Que mesmo o amando, mesmo nunca tendo deixado de sentir esse sentimento tão nobre que nos leva ao céu e ao inferno na mesma hora, sabia que não seria agora. Não com as mesmas atitudes. Se fosse, seria tudo diferente. Um livro novo, uma história nova. Nada de lembrar o passado e os velhos erros.
O medo e o pânico me envolveram. E se nada disso acontecesse? E se ele nem me procurasse? “E se”, como sempre, sofrendo de antecipação.
Resolvi levantar, me animar e tentar ao menos não lembrar.
Mas o mundo inteiro parou e se resumiu a nada quando vi o celular tocar. Tudo era sorriso. O coração sorria, a mente sorria, os olhos sorriam, a boca, o corpo inteiro reagia aquela felicidade. Atendi e ouvi aquela voz, de quem eu sentia tanta falta, as lágrimas rolaram e ele disse: “Amor? To precisando ver você, agora!” Nada se comparava ao tamanho do amor que saía de mim e eu respondi “Vem aqui me pegar, por favor, mas vem logo.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário