sábado, 4 de fevereiro de 2012


É só deitar a cabeça no travesseiro que tudo que eu fugi o dia inteiro, me encontra.
Do quê exatamente eu fugi? Olha só que ironia, de você. Passei o dia tentando fugir. Tentando fazer você ir para o lado do cérebro que guarda a memória curta. Como se adiantasse, não consegui te esquecer por anos, hoje não seria diferente.
Mas a hora de dormir, não é apenas “hora de dormir”. É hora de me render.Ok, não tenho mais forças pra correr de você, logo quando o que eu mais quero é ficar bem quieta e deixar que você me encontre e não me largue nunca mais. E eu cedo. Eu perco a briga comigo mesma e deixo. E permito. Que você entre e faça uma bagunça enorme dentro de mim. Mas uma bagunça em que eu me encontro. Ali é o lugar. O meu lugar. Ao seu lado. E você toma conta, sai preenchendo de você todas as correntes sanguíneas, todos os neurônios, tecidos, ossos e músculos. Quando percebo, sou toda você. Dos pés a cabeça. E é desse jeito que quero ser. Porque esse é o jeito certo. E você destrói tudo que eu construir durante o dia pra te impedir de vir. De me tomar, e não há destruirão melhor que essa. É a minha hora preferida do dia. Porque me encontro com você. Sonho com você. Posso te tocar, te abraçar, sentir seu cheiro, seu toque, seu beijo. Mesmo sabendo que amanhã, quando for dia, tudo desaparecerá. E a fuga de você será a mesma. Mas toda noite é isso. Toda noite, mesmo que eu fuja, continuo me perdendo em você.

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